30 de outubro de 2011

POESIA CIGANA



CIGANA

Deixei-te ler-me a mão, como num flerte.
Linhas incertas, minha mão engana!
Meus olhos sim, tinham tanto a dizer-te!
Por que não leste o meu olhar, cigana??

Mais do que a mão, o meu olhar menino,
Busca o futuro que do amor
 emana.
Por que não leste o meu olhar, cigana?
Podias ter mudado o meu destino...

Fortuna e fama, minha mão te disse,
Embora o meu olhar mudo, insistisse?
Prefiro um grande amor
 e uma cabana…

E desde quando por aqui passaste,
Pergunto, olhando a mão que seguraste:
Por que não leste o meu olhar, cigana???

(Odilon Ramos, livro “Tu, Minha Poesia”)