CIGANA
Deixei-te ler-me a mão,
como num flerte.
Linhas incertas, minha mão engana!
Meus olhos sim, tinham tanto a dizer-te!
Por que não leste o meu olhar, cigana??
Linhas incertas, minha mão engana!
Meus olhos sim, tinham tanto a dizer-te!
Por que não leste o meu olhar, cigana??
Mais do que a mão, o meu olhar menino,
Busca o futuro que do amor emana.
Por que não leste o meu olhar, cigana?
Podias ter mudado o meu destino...
Busca o futuro que do amor emana.
Por que não leste o meu olhar, cigana?
Podias ter mudado o meu destino...
Fortuna e fama, minha mão te disse,
Embora o meu olhar mudo, insistisse?
Prefiro um grande amor e uma cabana…
Embora o meu olhar mudo, insistisse?
Prefiro um grande amor e uma cabana…
E desde quando por aqui passaste,
Pergunto, olhando a mão que seguraste:
Por que não leste o meu olhar, cigana???
Pergunto, olhando a mão que seguraste:
Por que não leste o meu olhar, cigana???
(Odilon Ramos, livro “Tu, Minha Poesia”)